sábado, 3 de março de 2012

O vinho da angustia



O vinho da angustia


Tiros! E correia e tudo o que me lembro
Uma criança chorando sobre o colo de uma
mãe a debulhar-se em prantos..

Em um ato heróico lanço-me sobre o ar para
uma bala certeira meu coração perfurar.

Gélido, mórbido e tentador
No jardim da Morte sobre
uma mesa de mármore branco.

Vinho da angustia!
Servido habilmente por suas mãos
pálidas em um cálice de tristeza.

A Morte me sorri.
Convidando-me a brindar.
Um brinde silencioso diante
de vosso altar.

Liquido rubro e indigesto,
que escore por minha garganta
circulando por minhas veias.
E roubando minhas lembranças.

Talvez seja esse liquido precioso.
A recompensa pela minha pequena
façanha.

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